O pequeno príncipe vivia só em
seu planeta. Como não suportou mais a falta de um amigo, saiu à procura, por
todo o Universo, de quem o compreendesse e aceitasse sua amizade. Chegou a
Terra e ficou parado, próximo a um trigal, à espera de alguém para conversar.
Uma raposa apareceu e exclamou:
- Bom dia!
- Bom dia! Quem é você? É tão
bonita de se olhar!
- Eu sou uma raposa.
- Você quer brincar comigo,
raposa? Eu estou tão triste!
- Eu não posso brincar com
você. Ainda não fui cativada.
- O que significa ser cativada?
- É algo que as pessoas quase
sempre esquecem. Significa estabelecer laços.
- Estabelecer laços? Como
assim?
- Para mim, você é apenas um
menininho, e eu não preciso de sua companhia. Para você, eu não passo de uma
raposa, mas, se você me cativar, então nós precisaremos um do outro.
A raposa olhou fixamente para o
pequeno príncipe durante muito tempo e disse:
- Por favor, cative-me.
- O que devo fazer para cativar
você?
- Você deve ser muito paciente.
Primeiro você vai se sentar a uma pequena distância de mim e não vai dizer
nada. Palavras são fontes de desentendimento. Mas você se sentará um pouco mais
perto de mim a cada dia.
Então o pequeno príncipe
cativou a raposa. Depois chegou a hora de ele partir.
- Oh! Eu vou chorar! – disse a
raposa.
- A culpa é sua. Você mesma
quis que eu a cativasse. Adeus!
- Adeus! Antes, vou contar a
você um segredo: nós só podemos ver perfeitamente com o coração; o
que é essencial é invisível aos olhos. As pessoas se esquecem dessa
verdade. Mas você não pode esquecê-la. Você
se torna eternamente responsável por aquilo que cativa.
Este questionamento precisa nos
acompanhar nas amizades que temos: “O que devo fazer para cativar você?” Vai
nos ajudar a sermos melhores uns para com os outros e querer o bem do outro,
isso sim é amor.
Não se força a barra para
cultivar uma amizade, ela é um presente, é um dom de Deus, é uma graça. Onde
estão os seus amigos? Somos eternamente responsáveis por eles… e precisamos
tornar visível o que é essencial para nós.
“Amigo fiel
é poderosa proteção: quem o encontrou, encontrou um tesouro!” (Eclesiástico 6, 14)
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