quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

"Paz e Alegria"

Bem sei, Deus meu, que só tu satisfazes as ânsias de meu coração,por isso meu desejo é agradar-te. Meu afã e minha alegria estão em conformar minha vontade com a tua. Que maior dignidade posso ansiar que identificar-me inteiramente com o que te agrada? Renuncio a tudo contanto que me aceites consagrado a teu amor. Essa será minha paz e minha alegria". (Santo Afonso)

Corrigir amando!


Correção que dá frutos é aquela que resulta de uma amor responsável.
É quando eu compreendo que quem recebe a correção,
mais do que dela, precisa também de mim.

"O mais difícil é descobrir a misericórdia, o amor."

Santa Terezinha diz: "Jamais senti tão bem quanto o Senhor é doce e misericordioso; Ele me enviou essa provação somente no momento em que tive a força para suportá-la..." Eu quero fazer minhas estas palavras de Santa Terezinha, devido as provações que tenho passado. Mas, apesar da provação, sinto-me amado por Deus. 

Para que servem as palavras?

Certa vez, encontrei-me com alguém a quem amo muito e havia muito tempo que não o via. Suas palavras, sábias e certeiras, fizeram-me ver a vida, naquele momento, sob um ângulo tão novo, que fui capaz de ceder às verdades profundas que me perturbavam o coração e minhas decisões.

Fiquei impressionado! Aquelas palavras acertaram-me em cheio! Entendi que a palavra, que está também em nós, é viva e, que se formos dóceis, poderemos – se as usarmos com sabedoria – dar vida às pessoas, como aconteceu comigo!

Atenção: cada palavra tem um valor! Nunca as diga por dizer!



Ricardo Sá - Canção Nova

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Eliana Ribeiro - Força e Vitoria

Eliana Ribeiro, membro da comunidade Canção Nova, reza e canta a música "Força e Vitória".

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Como faço para abrir o coração?

Um coração não se torna aberto de um dia para o outro! Mas, se você deseja ter um coração assim, disponha-se para um exercício interior composto de uma única ação poderosíssima: Comece a dizer "sim" àquilo que você costumeiramente diria "não"; valerá a pena contrariar-se um pouco!

Lentamente, mas bem forte, você vai perceber a diferença, desfrutará de novas graças e talvez até faça novos amigos!

Comece já a fazer isso e depois me conte os benefícios!

Qual é a origem da Quaresma? (3)


A Igreja sempre manteve a tradição de jejuar e fazer abstinência durante a Quaresma, mas as normas se modificaram ao longo dos séculos.

Segundo a pesquisa do Pe. Flader, as regras do jejum se tornaram muito estritas no século V: “Só se permitia uma refeição, no final da tarde. A carne não era permitida, nem sequer aos domingos. A carne e o peixe – e, em muitos lugares, os ovos e produtos lácteos – eram absolutamente proibidos”.

O sacerdote recorda que, nas igrejas orientais, ainda são seguidas regras similares: “Não podem comer vertebrados ou produtos derivados de vertebrados, isto é, nem carne, nem peixe, nem ovos, nem queijo, nem leite”.

No Ocidente, no entanto, as normas mudaram. No começo, era permitido um pequeno lanche, depois o peixe foi aceito e, finalmente, aceitou-se também a abstinência de carne apenas na Quarta-Feira de Cinzas e às sextas-feiras. Além disso, os produtos lácteos também foram permitidos.

Atualmente, os católicos jejuam na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-Feira Santa, abstêm-se de carne nestes dias e em todas as sextas-feiras da Quaresma. O jejum, como definem os bispos dos Estados Unidos, consiste em ter uma refeição completa e dois lanches.



Fonte: Aleteia

Qual é a origem da Quaresma (2)


A observância de um período de oração, jejum e esmola como preparação para a Páscoa remonta à época dos Apóstolos, ainda que, durante os primeiros séculos, se limitasse somente a poucos dias.

O Pe. Flader observa que São Leão Magno (440-461) dizia sobre a Quaresma que “foi instituída pelos Apóstolos” e que a Tradição sustenta que “sempre foi vivida com uma maior atenção à vida de oração, jejum e esmola”.

“Nos primeiros três séculos, o tempo de jejum se limitava a alguns dias, uma semana quando muito”, afirma o sacerdote. “A primeira menção aos 40 dias foi no concílio ecumênico de Niceia (325), mas no final do século IV o costume havia se estendido amplamente, tanto no Oriente como no Ocidente.”

Com relação à determinação da duração da Quaresma – 40 dias –, o sacerdote explica que se refere aos “40 dias de jejum e oração que Cristo passou antes do começo da sua vida pública”.

As igrejas do Oriente e do Ocidente contavam os dias da Quaresma de maneira diferente, pois no Oriente os fiéis eram eximidos de jejuar os sábados e domingos. Além disso, a Quaresma durava um total de 7 semanas.

O Ocidente, por outro lado, só os domingos eram isentos e a Quaresma durava 6 semanas. No entanto, dessa forma, os dias de jejum somavam apenas 36, não 40. “Foi no século VII – explica o Pe. Flader – que a Quaresma começou a ter seu início 4 dias antes, com a Quarta-Feira de Cinzas, de maneira que havia 40 dias de jejum, como na atualidade.”

“Os domingos não estão incluídos nos 40 dias”, esclarece.

Fonte: Ateleia

O que significa a palavra “Quaresma”?




A palava “Quaresma” vem do latim “Quadragesima”, em referência ao “quadragésimo dia” antes da Páscoa. Nos idiomas de origem germânica, são utilizados derivados do termo “Lencten” (primavera).
Nos idiomas provenientes do Latim, o termo para designar este tempo de preparação para a Páscoa é “quadragesima”. Por exemplo, em espanhol é “Cuaresma”, em português, “Quaresma”, em francês, “Carême”, e em italiano, “Quaresima”.
Nos idiomas de origem germânica, incluído o inglês (“Lent”), o nome dado à Quaresma vem de “Lencten”, que significa “primavera”.
O sacerdote australiano do Opus Dei John Flader, em seu livro "Question Time: 140 questions and answers on the catholic faith" (“Hora das perguntas: 140 perguntas sobre a fé católica”), escreve que o termo “Quaresma” se refere à estação em que o Hemisfério Norte se prepara para a Páscoa e que acontece na primavera.
Ainda que isso não ocorra no Hemisfério Sul, onde esse sacerdote australiano mora, ele observa que “este continua sendo um termo apropriado, pois, se a Quaresma for bem vivida, ela representa uma verdadeira primavera, um novo crescimento na vida espiritual”.
“Santo Agostinho – acrescenta – escreveu que o tempo da Quaresma simboliza esta vida presente na terra, com suas adversidades e tribulações, e que o tempo da Páscoa simboliza a alegria da vida futura.”

Frase do dia


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Pai Nosso


Pai Nosso,
que estais no Céu,
durante esta época
de arrependimento,
tende Misericórdia de nós.

Com nossa oração,
nosso jejum
e nossas boas obras,
transformai
o nosso egoísmo
em generosidade.

Abri nossos corações
à Vossa Palavra,
curai as nossas feridas do pecado,
ajudai-nos a fazer o Bem neste mundo.

Que transformemos a escuridão
e a dor em Vida e Alegria.
Concedei-nos estas coisas
por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Amem.

Frase do dia


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Mateus 6,1

“Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus” (Mt 6,1).

Dinâmica - Em cada lugar uma idéia

Objetivo: Avaliar e fortalecer os laços afetivos dentro do grupo.

Material necessário: Papel ofício, hidrocor, tesouras, cola, papel metro e pilot.

Descrição da dinâmica:

1. Grupo em círculo, sentado.

2. Dar a cada participante quatro folhas de papel ofício.

3. Solicitar que numa das folhas façam o contorno de uma das mãos e noutra, o de um dos pés. Desenhar nas demais folhas um coração e uma cabeça, respectivamente.

4. Escrever no pé desenhado o que o grupo proporcionou para o seu caminhar. Escrever dentro da mão desenhada o que possui para oferecer ao grupo. No coração, colocar o sentimento em relação ao grupo. Na cabeça, as idéias que surgiram na convivência com o grupo.

5. Fomar quatro subgrupos. Cada subgrupo recolhe uma parte do corpo (pés/mãos/coração/cabeça), discute as idéias expostas, levantando os pontos comuns.

6. Fazer um painel por subgrupo, utilizando todos os desenhos da parte do corpo que lhe coube, evidenciando os pontos levantados anteriormente, de modo a representar:

* com os pés, a caminhada do grupo;
* com as mãos, o que o grupo oferece;
* com os corações, os sentimentos existentes no grupo;
* com as cabeças, as idéias surgidas a partir da convivência grupal.

7. Cada subgrupo apresenta seu painel.

8. Plenário - dizer para o grupo o que mais lhe chamou a atenção de tudo o que viu e ouviu.


Fonte: Projeto Crescer e Ser, publicado no livro “Aprendendo a ser e a conviver”, Margarida Serrão e Maria C. Baleeiro, ED. FTD, 1999.

Mensagem de sua Santidade Papa Bento XVI para a quaresma 2012

Desejo, este ano, propor alguns pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus: «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem onde o escritor sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da » (v. 22), de conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor e as boas obras» (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, oferece um ensinamento precioso e sempre actual sobre três aspectos da vida cristã: prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.


Mensagem de sua Santidade Papa Bento XVI para a quaresma 2012

Igrejas cheias


Igrejas cheias são bonitas, mas

 Se não tiver respostas na mudança do mundo, são só igrejas cheias

Se as igrejas cheias não forrem resultado das mobilizações de construção de uma nova sociedade, serão só igrejas cheias

Se as igrejas cheias não formarem jovens comprometido com os pobres e necessitados, serão só igrejas cheias

Se as igrejas cheias forem só momentos de alegria, serão só igrejas baladas

Se as igrejas cheias não gerarem comunidade, serão só igrejas cheias de massa

Se as igrejas cheias não levarem os jovens ao radicalismo evangélico, serão só igrejas cheias

Se as igrejas cheias não transformarem a política e a sociedade, serão igrejas só cheias

Se as igrejas cheias não viverem a pobreza, serão só igrejas cheias

Se as igrejas cheias não acabarem com as dores, serão só igrejas cheias

Se as igrejas cheias não assumirem a dor, serão só igreja cheia

Se as igrejas cheias não se preocuparem com as comunidades, serão só igrejas massa

Se as igrejas cheias serem só igreja cheias, eu prefiro as igrejas pequenas...

Rodrigo da Silva
twitter.com/RodrigoPJoteiro

Evangelho (Mateus 6,1-6.16-18)


Evangelho (Mateus 6,1-6.16-18)

Quarta-Feira, 22 de Fevereiro de 2012
Quarta-feira de Cinza


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 1“Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus. 
2Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 3Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, 4de modo que a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. 
5Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 6Ao contrário, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa. 
16Quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 17Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, 18para que os homens não vejam que tu estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa”. 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.




Reflexão - Mt 6, 1-6.16-18
O verdadeiro espírito de conversão quaresmal é aquele de quem não busca simplesmente dar uma satisfação de sua vida a outras pessoas para conseguir a sua aprovação e passar assim por um bom religioso, mas sim aquele que encontra a sua motivação no relacionamento com Deus e busca superar as suas imaturidades, suas fraquezas, sua maldade e seu pecado para ter uma vida mais digna da vocação à santidade que é conferida a todas as pessoas com a graça batismal, e busca fazer o bem porque é capaz de ver nas outras pessoas um templo vivo do Altíssimo e servem ao próprio Deus na pessoa do irmão ou da irmã que se encontram feridos na sua dignidade.

Campanha da Fraternidade 2012 será lançada oficialmente pela CNBB

O lançamento Oficial da Campanha da Fraternidade 2012 será feito na sede da CNBB em Brasília, nesta quarta-feira, dia 22 de fevereiro (Quarta-feira de Cinzas), às 14h.

Esta 49ª edição destaca a saúde pública e suas variantes, com o tema “Fraternidade e Saúde Pública”, e o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38,8).

Segundo a CNBB, a CF de 2012 refletirá o cenário da saúde no Brasil, conscientizando o Governo da precariedade dos hospitais e mobilizando a sociedade civil para reivindicar melhorias.

O ministro da saúde, Alexandre Padilha, agentes da pastoral da saúde e profissionais da saúde estarão presentes no lançamento que será feito pelo secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner.

Na quarta-feira, será apresentado um vídeo breve sobre a Campanha e ainda a prestação de contas da Campanha da Fraternidade de 2011 mostrando onde foram aplicados os recursos recolhidos.

“Nós pedimos que os projetos fomentem ações transformadoras segundo o tema da Campanha. Neste ano, queremos dar voz ao povo que tem tido muita dificuldade no atendimento na saúde pública”, explica o secretário-executivo da CF, padre Luis Carlos Dias.

Além de um atendimento de saúde mais humanizado e melhor atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) a Campanha deste ano quer chamar a atenção da população para a adoção de hábitos de vida mais saudáveis e ainda valorizar os agentes das pastorais da saúde que com dedicação trabalham voluntariamente. 

“Esperamos que a Campanha fomente o espírito fraterno para com as pessoas doentes e idosos, pensando que o Brasil está num processo de transição demográfica onde a população está envelhecimento”, salienta o secretário.

Nas diversas dioceses do Brasil, o lançamento será feito a partir da quarta-feira até o domingo, dia 26 de fevereiro. O texto de apresentação da CF 2012 e outros materiais referentes à Campanha estão disponíveis no site da CNBB.



Fonte: Canção Nova Noticias

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Dinamizando o grupo

  Quando falamos em grupos de jovens, logo pensamos em como eles se reconhecem, como se reúnem, o que fazem, o que desejam... Mas isso tudo só se descobre depois que descobrimos o grupo. E para isso precisamos conhecer as pessoas.

     Se nos utilizarmos das dimensões da formação integral do Processo de Educação na Fé dos(as) jovens da Pastoral da Juventude, encontraremos na travessia aspectos como conhecer-se; conhecer o outro; conhecer o lugar onde se está e como as pessoas ali vivem; que definição temos de mundo e de Deus; e como operacionalizamos tudo isso.

Finalidades das dinâmicas

     As dinâmicas ajudam a desenvolver o grupo, de maneira a expressar-se melhor e a garantir os espaços em que se deseja estar. As vivências, as atitudes, os contratos que o grupo firma se revelam nessas dinâmicas, assim como revelam o que só falamos da boca para fora. Então, a abertura e o compromisso com esse tipo de técnica são muito importantes para quem quer se manter unido através de algum ponto em comum.

     Certa vez, ouvi que as dinâmicas têm finalidades, que são mais ou menos assim:

a) Elas ajudam a nos colocarmos junto dos demais. Retiram barreiras que impedem a comunicação; eliminam desconfianças e preconceitos; superam desenganos e amarguras;

b) Solidariedade: ajudam-nos a vencer o egoísmo, o individualismo, muitas vezes trazido de nossa formação ou por influência do ambiente e organizações em que vivemos;

c) Ajuda mútua: exercitamos a colaboração e a ajuda. Acabamos detectando resistências, indiferenças, agressividades, desejos de dominar e utilizar os outros;

d) Conhecer-se e assumir-se: aí ficamos sabendo de nossas limitações e deficiências, qualidades e dons pessoais;

e) Descobre-se a maturidade do grupo: as dinâmicas, quando bem feitas, provocam abertura, sinceridade, confiança, colaboração e compromisso;

f) Dinamizam o grupo. Auxiliam no trabalho em equipe, no crescimento das pessoas e na transformação do ambiente social.

     É de extrema importância que a pessoa que conduz a dinâmica saiba aonde chegará com ela. É importante, também, que essa dinâmica esteja ligada ao tema/assunto que o grupo está partilhando, vivendo.

     Em alguns grupos que acompanhamos, temos percebido que as dinâmicas são utilizadas como brincadeiras. Mas é bom salientar que todas as dinâmicas e técnicas realizadas no grupo têm algum propósito: de alegrar ou aquietar o grupo, sensibilizar para a temática a ser conversada, comprometer para a transformação do ambiente... Elas não devem estar desconectadas do encontro que se está propondo realizar.

Material para o grupo

     Às vezes, os grupos têm dificuldade de encontrar materiais que tragam novidades nessa área e também na área dos conteúdos a serem utilizados nos encontros de grupo. Em julho de 2006, em Goiânia, realizou-se um encontro, com várias pessoas que trabalham com juventude, no qual se estudou e se aprofundou a realidade juvenil. Depois disso, a produção de novos subsídios para os grupos de jovens foi intensamente trabalhada. Esse material está publicado e pode ser encontrado junto aos Centros e Institutos de Juventude ou com as Pastorais de Juventude do Brasil.

     Para realizar as dinâmicas ou assuntos novos no grupo é bom ter conhecimento sobre ele e saber se a técnica escolhida dará conta de que todos(as) participem. Em relação aos materiais, eles existem para os grupos iniciantes e também para aqueles que já convivem há mais tempo.

     A dinâmica de grupos é um exercício libertador. Ajuda as pessoas a superarem seus bloqueios, suas barreiras e seus medos. Integra ativamente as pessoas ao grupo, de maneira consciente e crítica. Melhora as relações humanas nos grupos, questionando seus objetivos, seus ideais, seus métodos, suas convicções. Em suma, a dinâmica procura criar uma sociedade mais profética e mais transformadora.


Raquel Pulita,
da equipe da ONG Trilha Cidadã, assessora da Pastoral da Juventude, Porto Alegre, RS.
Endereço eletrônico: rpulita@terra.com.br
Artigo publicado na edição 375, abril de 2007, página 10.

Grupo de jovens, uma boa ideia

A falta de tempo para conviver em grupo, o trabalho que deixa o jovem cansado e ocupado, a escola que ensina a ser individualista, a televisão que diz para não se importar com a vida do outro, são desafios para a nucleação e organização de grupos de jovens da Pastoral da Juventude.

     Como responder positivamente a esta realidade? Como “ir contra a maré”, dizendo não à forma de viver que é imposta aos jovens pelo mundo dos adultos e suas instituições (a escola, a família, a televisão...)?

     É preciso resgatar o jeito jovem de ser: alegre, que enfrenta riscos, utópicos, esperançosos... Características que o mundo está roubando dos jovens, através da imposição de um jeito de ser triste, descrente, fechado, individualista e consumista.

     Como ser expressão desse novo jeito de ser? Como cultivar o carinho, o diálogo sincero, a amizade que ajude a amadurecer e ser feliz?

Quem sabe faz a hora...

     Os grupos de jovens estão aí. São muitos. Muito maior ainda é o número de jovens que não estão participando de nenhuma organização ou movimento, dentro ou fora da Igreja.

     Há jovens que se gastam no trabalho e sonham o sonho impossível, que os meios de comunicação e a propaganda colocam em suas cabeças para que acreditem - e se iludam - que o mundo pode ser feito de “charme, mordomias e luxo”.

     Outros, gozam os privilégios de quem tem dinheiro, saúde, acesso à educação e tempo, desligados do alto preço que custam à sociedade, aos trabalhadores.

     Há também aqueles que sabem que, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Buscam a realização de um sonho possível ou impossível, de uma sociedade justa que se faz à medida que arregaçam as mangas e se pôem a lutar.

     Aí, talvez, reside o maior valor de um grupo de jovens. São jovens que não se conformam com as coisas do jeito que estão. “Desconfiam” que algo está errado e que é preciso juntar-se a outros jovens para mudar.

     Em todo bairro, escola, trabalho, comunidade, se encontram jovens desejosos de fazer algo. São jovens que acreditam na amizade e na solidariedade e, por isso, estão dispostos a partilhar seu trabalho, suas forças.

     São estes jovens que a Pastoral da Juventude procura descobrir, ajudando-os a se relacionarem de modo que, progresivamente, vão tendo consciência da necessidade do grupo de jovens.

O valor do grupo

     Os grupos de base são grupos que se reúnem frequentemente para a reflexão. Se comprometem na oração e ação. São grupos de vida, onde todos têm voz e vez. Cada grupo de jovens tem (e deve ter) sua própria maneira de ser. Não existe um modelo pronto, para ser copiado. O desenvolvimento das reuniões e encontros, por exemplo, possui características diversas em cada grupo, o que vai delineando a sua fisionomia.

     Existem, porém, alguns elementos importantes para que ocorra crescimento no grupo. São elementos indispensáveis a todos os grupos de base, e que dão valor a este modelo de organização:
- Um grupo de jovens é um grupo de amigos, unidos pela mesma fé.
- A amizade, o conhecimento interpessoal, a acolhida e a compreensão do outro só podem crescer em pequenos grupos.
- A consciência e a participação só nascem onde cada um é importante, pode falar, escutar e dar a sua opinião.
- As novas lideranças, capazes de intervir na Igreja e na sociedade, nascem e crescem nos grupos organizados, onde cada decisão e atividade é pensada e decidida coma opinião de todos.
- A formação integral do jovem tem, no grupo de jovens, um espaço privilegiado.
- No grupo, na comunidade, o jovem toma consciência de que a fé é mais do que apenas “ir à missa”. A espiritualidade do seguimento de Jesus, descobre, leva ao compromisso com os irmãos.
- A ação planejada, no grupo de base, facilita a participação de todos.

     É bonito ver o jovem que faz uma caminhada com o grupo, crescendo na fé, no relacionamento com o outro e consigo mesmo, na consciência crítica e na ação prática. Neste último aspecto, no entanto, acredito que precisamos ser mais criativos e ousados. Faltam aos grupos de jovens, ações concretas. É preciso dar um passo a mais. Descobrir “bandeiras de luta” que sejam atraentes e mobilizem os jovens, nas diferentes realidades em que vivem. Mãos à obra, com criatividade e coragem.


QUESTÕES PARA DEBATE

1 - Quais são as principais pressões que fazem com que o jovem se acomode?
2 - Como o jovem reage aos apelos dos individualismo e consumismo da nossa sociedade?
3 - Quais são os principais elementos indispensáveis para manter um grupo de jovens?


Rui Antonio de Souza,
Artigo publicado na edição 257, novembro de 1994, página 3.

Grupo de Jovens - A Reunião

 A reunião é o momento importante da vida do grupo. É no processo de reunião que o grupo nasce, cresce e amadurece. É o lugar do encontro das pessoas para partilha da vida, para comungar a mística cristã, para assumir como sujeitos de aprendizagem no processo a ser vivido na dinâmica interna do grupo e atitudes e posturas frente à realidade, motivado pela mística cristã.

     Aqui apresentamos alguns pilares que ajudam a criar a dinâmica da formação sistemática para um rito semanal ou quinzenal da reunião. Os ritos são importantes para manter o grupo.

1. Acolhida - Dê atenção especial para a chegada das pessoas, os cumprimentos a cada um/a, ajudam a criar um clima de confiança e intimidade. A preparação do local com antecedência, de modo a comunicar o tema, é algo que ajuda o grupo a concentrar. Um canto, ligado ao tema, uma saudação alegre. A pessoa que anima diz algumas palavras que sintetizem o objetivo do encontro/reunião para que todos/as vão se apropriando do tema.

2. Relembrando o encontro anterior - É o lugar da memória do grupo. Lembrar os pontos mais importantes que foram tratados, lembrar as decisões tomadas e cobrar as atividades que foram distribuídas entre os membros do grupo.

3. Olhando a nossa realidade - Considerar que a reunião parte da vida concreta dos jovens, situar no ambiente onde vive (escola, bairro, zona rural, indígena, ribeirinha, universidade e as demais situações que vêm os jovens). É o momento de perceber, ou “tirar a trave do olho”.

a. Técnica/exercício - A tarefa deste momento e provocar um tema, um conteúdo a partir de uma dinâmica em que todos/as o(a)s participantes possam ser envolvidos.
b. Aprofundando o resultado da ténica/exercício - o primeiro momento é dedicado a escutar os sentimentos vividos e o segundo momento o que aprendemos com o exercício vivido? Importante anotar as descobertas feitas a partir do tema trabalhado.

4. Confronto com a vida de Jesus/Palavra de Deus 

a. É um momento de estudo e depois de confronto das atitudes de Jesus diante de um fato semelhante ao vivido pelo jovem. A iluminação bíblica ajuda para assumir em sua vida a mística cristã, os valores evangélicos.
b. Não é uma tarefa fácil. É preciso uma pesquisa anterior sobre o texto lido, ou algumas indicações que ajudem a aprofundar e a estudar o texto sugerido.

5. Assumindo o compromisso com a vida nova - Considerar o caminho percorrido dos/as participantes, propor atitudes a serem cultivadas no grupo e como grupo na semana. Tratar de ver a realidade, perceber nela os apelos de Jesus e do seu Reino para assumir uma atitude nova, cristã. Ir construindo seu Projeto de Vida pessoal em sintonia com o Projeto de Jesus.

a. É o momento de tomar postura frente à realidade como grupo. Considerar desde atitudes pessoais e ações grupais.

6. Celebrar a vida - oração - Celebrar o que foi descoberto, experimentado torna-se oração. É o momento de contemplação do Amor de Deus para com a humanidade. Este momento não pode ser um ato mecânico de rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria. Despertar o gosto pela oração. Não ser longa. Ser criativa.

7. Avaliar rever a renião - Perceber com o grupo se o objetivo foi alcançado, retomar como grupo as ações assumidas e não assumidas na vida das pessoas e perceber outros recursos para ajudar a tornar a reunião sempre mais agradável.

8. Preparar o próximo encontro - É o momento de recordar o grupo o plano do grupo para o mês, distribuir as tarefas, informar sobre a vida da comunidade mais ampla e outras informações e despedidas.


Fonte: Adaptação do Roteiro de Como Iniciar um grupo de jovens, volume 1 CAJU.

Definindo conceitos no Grupo de Jovens

a) Participação

     “A pessoa faz história tomando parte na definição dos rumos e na construção de uma nova sociedade. Na perspetiva cristã, o indivíduo é chamado a orientar-se e a comprometer-se para ser mais humano. Assumir-se sujeito e participar e comprometer-se com as decisões e ações no processo histórico.

     “A participação do maior número no máximo de responsabilidade não é somente uma garantia de eficácia coletiva; ela é também uma condição de felicidade individual, uma tomada de poder cotidiano sobre o destino. Não se trata mais para o cidadão de delegar seus poderes, mas de exercer, em todos os níveis da vida social e em todas as etapas da vida” Faure.

     O planejamento participativo... “é um processo em que as pessoas realmente participam porque a elas são entregues não só as decisões específicas, mas os próprios rumos que se deve imprimir à escola. Os diversos saberes são valorizados, cada pessoa se sente costrutora - e realmente o é - de um todo que vai fazendo sentindo à medida em que a reflexão atinge a prática e esta vai esclarecendo a compreensão, e à medida em que os resultados práticos são alcançados em determinados rumos” Gandim.

b) O que é planejar?

     O planejamento relaciona-se com a vida diária do homem. Vive-se planejando. De uma forma ou de outra, de uma maneira empírica ou científica, o homem planeja. Sempre que se buscam determinados fins, relacionam-se alguns meios necessários para atingi-los. Isto, de certa froma, é planejamento.

a) planejar é transformar a realidade numa direção escolhida;
b) planejar é organizar a própria ação (de grupo, sobretudo);
c) planejar é implantar um processo de intervenção na realidade;
d) planejar é agir racionalmente;
e) planejar é dar clareza e precisão à própria ação (de grupo sobretudo);
f) planejar é explicitar os fundamentos da ação do grupo;
g) planejar é realizar um conjunto de ações, proposta para aproximar uma realidade um ideal;
h) planejar é pôr em ação um conjunto de técnicas para racionalizar a ação.

O que é um planejamento?
     Planejamento é um processo de tomada de decisões. Processo significa uma série de ações, de reuniões, discussões, reflexões e decisões envolvendo todos os participantes do grupo, setor ou serviço que planeja. É pensar ANTES, DURANTE e DEPOIS.

     Planejamento é o processo de tomada de decisões sobre o trabalho a ser feito. Não se faz numa reunião. Ele começa bem antes de se registrar qualquer coisa por escrito e não termina depois que elaboramos um plano de ação. Esse processo acompanha todo o trabalho e vai indicando caminhos o tempo inteiro.

O que é um plano
     Plano é o registro por escrito das motivações e tomadas de decisões para dar andamento ao trabalho. O plano pode ser modificado se, no decorrer do processo de planejamento, for percebido uma necessidade de correção das decisões anteriores.

O que é ação
     Ação é o ato de interferir na realidade. Este ato de interferir na realidade pode ser planejado ou não. No primeiro caso nós teremos uma açao que tem tudo para ser eficaz e que provocará transformações. No segundo caso teremos um simples ativismo, que certamente não vai levar a nada. Pelo contrário, vai deixar todo mundo iludido de ter feito uma coisa boa. O essencial é a ação refletida, executada e avaliada.

Planejamento
Pastoral/comunitário/acompanhamento

1. Descreva a situação do grupo que você acompanha.
a) Número de participantes;
b) Tempo de existência;
c) Como são os participantes (cidade, comportamento, compromisso, interesse);
d) Quem os acompanha no grupo;
e) Existe preparação das reuniões? como?

2. Olhando para a realidade do grupo descreva que resultados você espera alcançar daqui a um ano?

3. Diante desta realidade descreva as cinco maiores dificuldades.

4. Quais são as necessidades que estas dificuldades apontam?

5. Priorize uma necessidade para planejar.

6. Passos - O que? Como? Quando? Onde?

7. Como será divulgado e partilhado este projeto?

8. Como será o processo de planejamento?

Elaboração: Equipe da Casa da Juventude Pe. Burnier, Goiânia, GO.
(Adaptação do roteiro de como iniciar um grupo de jovens, volume 1, CAJU).

O Jovem cresce no grupo

Além de amor e da opção pelos jovens, expressos em documentos da Igreja latino-americana, é necessário saber como convocar, reunir e o que fazer para que o grupo de jovens caminhe. O que presupõe um jeito de trabalhar as várias etapas pelas quais passam os jovens e, que não podem ser queimadas. O ponto de partida são as necessidades sentidas no contato com a realidade.

     O eixo da Pastoral da Juventude (PJ) são os pequenos grupos de base. Estes grupos que criam laços, confrontam a vida com o evangelho e formam lideranças jovens para o engajamento na Igreja e na sociedade.

     Esta foi a metodologia usada pelo próprio Jesus Cristo. Não deixando de trabalhar com a multidão, ele dedicou-se à formação dos discípulos, especialmente dos doze.

Pequenos grupos

     O grupo de base (oito a 20 participantes) proporciona uma melhor participação, amizade e partilha de vida, incentiva o trabalho de cada um e favorece a formação integral do jovem. A formação acontece através de todas as atividades: trabalho, namoro, festa, estudo. Tudo tem que andar junto, contribuindo para o jovem crescer e ser feliz.

     No grupo, há momentos em que os jovens gostam de falar de si, de sua família, do trabalho, da escola, do lazer. Depois já estão preocupados com a comunidade e seus problemas, no compromisso com a mudança da sociedade. Por isso, uma formação integral apresenta a necessidade de uma pedagogia que engloba a vida toda do jovem, que atenda:

- a dimensão afetiva, ajudando a ser pessoa;
- a dimensão social; integrando o jovem no grupo e na comunidade;
- a dimensão espiritual, ajudando a crescer na fé;
- a dimensão política, desenvolvendo o senso crítico e ajudando a tornar-se sujeito transformador da história;
- a dimensão técnica, capacitando para a liderança, planejamento e organização participativos.

Etapas a percorrer

     Para chegar a uma formação integral há que se percorrer etapas, dar passos numa caminhada que acontece no grupo e fora dele.

     A primeira etapa é a “infância do grupo”. É a descoberta da própria situação e das relações entre as pessoas.

     O grupo amadurece um pouco e chega à “adolescência”. Começa a olhar para fora e realiza a descoberta da comunidade, dos problemas sociais e da importância da organização.

     A “juventude” do grupo acontece quando, aprofundando sua ação e reflexão, o jovem realiza a descoberta da sociedade e da dimensão política e social da fé, comprometendo-se com a transformação da sociedade.

     A formação integral, educação na fé, é um processo que se desenvolve através da formação na ação. A própria ação deve criar a necessidade da busca de conteúdo.

     O desafio está em construir uma pastoral de pequenos grupos e, ao mesmo tempo, a necessidade de momentos/encontros de massa, importantes na motivação, animação dos jovens e nucleação de novos grupos. A PJ não tem a pretensão de atingir todo mundo, mas quer ser fundamento de uma proposta de vida e esperança para os jovens.

     É importante que os grupos de uma mesma paróquia, as paróquias de uma mesma área, as áreas de uma mesma diocese, as dioceses de um mesmo regional se encontrem para crescer juntos e construir uma Pastoral da Juventude organizada e ser testemunho de um novo jeito de viver e expressar a nossa fé.


QUESTÕES PARA DEBATE

1 - O que é preciso ser feito para começar bem um grupo de jovens?
2 - Quantos participantes deve ter um grupo para funcionar bem?
3 - Que pedagogia é adequada para quem trabalha com grupo de jovens? O que é precisa levar em conta?
4 - Para que servem os grupos de jovens? Os grupos são um espaço legal para os jovens?


Rui Antonio de Souza,
Artigo publicado na edição 250, abril de 1994, página 11.

A formação do grupo de jovens


     A educação na fé é um processo. Ter consciência do processo em suas diferentes dimensões e etapas, é uma necessidade para todos que desejam organizar grupos de jovens, para a evangelização das juventudes. O jovem que ingressa no grupo pode percorrer estas etapas:

Nucleação

     É ponto de partida do jovem no grupo. A conquista e o processo de cativar. O que o nucleado deseja? É alguém que deseja descobrir os valores e os dons que possui. Quer que quem o convida, o valoriza e que o grupo ao qual é convidado seja amigo, onde possa sentir-se livre e possa expressar seus anseios e desejos. Ele quer ser valorizado pelo nome e pela sua história. Assuntos importantes são a amizade e o namoro.

Técnicas possíveis nesta etapa:

- Organização das reuniões, não deixando de ajudar, marcando o local do encontro, envolvendo o pessoal na preparação.
- Valorização da vida pessoal e grupal, levando as pessoas a se desinibirem.
- Utilização de festas, passeios, compromisos fora das reuniões, refeições coletivas, trabalho de mensagens musicais, celebração de aniversários, serenatas, retiros.
- Apresentação de um Jesus amigo, que teve um grupo, valorizando símbolos e gestos nas orações, ajudando para que a vida da amizade se torne uma espécie de música.
- Visita a outros grupos.

Iniciação

1º momento: a infância

     É o primeiro momento da vida de um grupo. O que o jovem deseja? Ele quer ser autovalorizado e aceito para melhor relacionar-se consigo mesmo, com os outros e assim engarjar-se no crescimento da fé. Deseja desenvolver-se e ser percebido como alguém que colabora na transformação da sociedade. Anseia ser acolhido com dignidade e na amizade, sonhando com um ambiente de diálogo, onde possa manter essa amizade com relacionamentos livres.

Técnicas possíveis neste momento:

- Levar o jovem a ler.
- Utilizar diversos meios que o levem a se desinibir e desenvolver formas de expressão (teatro, música, dança, mensagens...)
- Desenvolver atividades grupais e pequenas tarefas na comunidade.
- Fomentar celebrações movimentadas e vibrantes, com símbolos, expressão do corpo, aproveitando a natureza.

2º momento: adolescência

     Trata-se de um grupo que já tem vida há certo tempo. O que o jovem deseja?
Continua valento o que se falou da infância. Acrescenta-se, no entanto, o despertar da questão da afetividade e da sexualidade. Amadurece o senso de liberdade e a vontade de saber mais sobre liderança. Claro que a amizade e a solidariedade, como anseio, prosseguem. Assim como gosta de lazer, o jovem é curioso por exercícios de autoconhecimento e autocontrole. Agradam-lhe celebrações participativas, esporte, visitas para conhecer a realidade, executar e planejar tarefas.

Técnicas possíveis neste momento:

- Painéis, debates e palestras (análise da conjuntura, bíblia e história da PJ).
- Análise de programas e propagandas dos Meios de Comunicação Social.
- Celebrações envolventes, levando à experiência de Deus e ao conhecimento da proposta de Jesus Cristo.
- Dinâmicas de integração.
- Reuniões nas casas dos membros do grupo.
- Retiros, encenações, teatro, música, dança.

3º momento: Juventude

Imagina-se um grupo de iniciantes numa fase já mais avançada. O que o jovem deseja? O jovem, aqui, quer ser útil e ter uma ação concreta dentro do seu meio e na sociedade. Quer ser respeitado e exige respeito dos outros, principalmente dos mais pobres. Além de falar de si, quer descobrir-se e descobrir sua vocação. Está em busca, igualmente, de um amadurecimento político.

Técnicas possíveis neste momento:

- Amadurecer formas de o jovem, no grupo, procurar pistas planejadas de ação.
- Trata-se de investir na formação técnica a partir da própria organização deles. Fundamental o trabalho de planejamento e avaliação.
- Organizar momentos delebrativos fortes de sua fé como vigília, retiro, caminhadas.
- Realizar cursos e treinamentos de capacitação técnica e fazer com que o grupo viva a Revisão de Vida e de Prática.
- Formas de engajamento nos movimentos populares, sindicatos, movimento estudantil e ações concretas na comunidade eclesial.


QUESTÕES PARA DEBATE

1 - Quais os momentos da formação de um grupo de jovens?
2 - Que técnicas importantes devem ser observadas em cada momento?
3 - O que é importante para o jovem em cada momento do grupo?


Equipe do Instituto de Pastoral de Juventude (IPJ),
Site na internet: http://www.ipjdepoa.org.br
Artigo publicado na edição 259, abril de 1995, página 15.

Como fazer um grupo de jovens?

  “Eu não sou você. Você não é eu. Mas somos um grupo, enquanto somos capazes de, diferenciadamente, eu ser eu, vivendo com você e você ser você, vivendo comigo.”

     O que é grupo de jovens cristãos de Pastoral da Juventude? Relembrando a nossa experiência, a primeira idéia era de um lugar com muitos jovens animados, acolhedores, que falava do evangelho e animava as missas e a comunidade (gincanas, mutirões, festas, festivais, teatros).

     Foi isso que vimos e que nos deixou curiosos e desejosos de fazer parte. Mas quando entramos, descobrimos que tinha algo "a mais"! Era exigente, tinha tarefas, brigas, muita reza, treinamentos, estudo. Tempos depois fomos sentindo que sabíamos e aprendíamos coisas que não se falava na escola ou na família e isso era bom. Descobrimos então que era também lugar de crescimento.

Como iniciar um grupo?

     Tempos (anos) depois nos deparamos com esse desafio. A primeira coisa que fizemos foi ir ver por que queríamos um grupo? Para quem seria o grupo, o local que se encontraria, o horário de funcionamento, o que discutir, viver, experimentar. A animação era total, mas faltava o principal: "os jovens".

     Quem convidar, onde, como? A turma que ajudou a pensar todos esses passos citados logo teve algumas idéias. foi nesta hora que quase desistimos.
Veja algumas das sugestões: "vamos fazer convite na missa"; outro dizia: "Na crisma é um lugar legal também, lá tem muitos jovens". Um outro mais xereta veio logo dizendo: "Isso eu já fiz e veio um tiquim de gente, foi um desânimo só.

     Algumas pessoas disseram que foi porque eu não dei muita graça na hora dos avisos finais". Por causa dessas faltas decidimos, durante três meses percorrer caminhos diferentes:

1. Realizar uma tarde de lazer onde todos os jovens pudessem participar;

2. Convidamos nas missas depois de fazer um lindo teatro sobre a vida dos jovens;

3. Colocamos cartazes e fizemos convites e os distribuímos em turmas e pessoalmente nas escolas, campo de futebol, sorveterias, praças. Foi um trabalho enorme, mas veio muita gente;

4. Convidamos depois todos os que vieram para voltar 15 dias depois para uma celebração jovem, e depois para outro dia de reflexão, festa junina. Percebemos que um grupo fixo de pessoas estava sempre presente. Foi aí que convidamos estes para formar um grupo de jovens.

     Mais uma vez outro xereta pergunta: "para que isso? Grupo de jovens serve para quê?" Tivemos então que buscar novamente as respostas:

- Serve para fazer várias coisas legais e que nos preenchem como jovens e como pessoas humanas.


- É um lugar jóia para fazer novas amizades, contar coisas da vida, partilhar os desejos e sonhos, encontrar amores, poder ajudar as pessoas necessitadas, animar a comunidade, dando um rosto jovem e alegre a ela.


- Viver em grupo é muito bom. É algo natural, faz parte da gente.
- Grupo geralmente é um espaço que nos ajuda na descoberta das outras pessoas e da gente mesmo.


- Grupo é lugar de exercitar a fala, a opinião, o silêncio, defender pontos de vista.
- Portanto, lugar de descobrir, de ter objetivos mútuos, de respeitar as diferenças, construir a identidade.

A construção do grupo

     Um grupo se constrói através da constância da presença de seus elementos na rotina e de suas atividades.

     Um grupo se constrói no espaço heterogêneo das diferenças entre cada participante:

- da timidez de um, do afobamento do outro; da serenidade de um, da explosão do outro; do pânico de um, da sensatez do outro; da seriedade desconfiada de um, da ousadia do risco do outro; da mudez de um, da tagarelice de outro; do riso fechado de um, da gargalhada debochada do outro; dos olhos miúdos de um, dos olhos esbugalhados do outro; da lividez de um, do encarnamento do rosto do outro. Um grupo se constrói construindo vínculo com a autoridade e entre iguais. Um grupo se constrói na cumplicidade do riso, da raiva, do choro, do medo, do ódio, da felicidade e do prazer.

     Vida de grupo dá muito trabalho e muito prazer porque eu não construo nada sozinho, tropeço a cada instante com os limites do outro e os meus próprios, na construção da vida, do conhecimento, da nossa história.

     Quem acompanha e coordena um grupo deve ter uma idéia do "processo de formação grupal" (caminho) que esse grupo vai fazer. Assim ele(a) garantirá que o grupo em um espaço de tempo seja não só convocado (chamado), mas também conheça a sua própria situação, descubra a comunidade, perceba como é a sociedade, a conjuntura maior que o cerca e como cada pessoa pode interferir e principalmente que essa militância contribua para definir, perceber sua vocação e seu projeto de vida.

     Assim o caminho será feito e todos(as) poderão cantar: "por isso vem, entra na roda com a gente, também você é muito importante, vem!"


Vanildes Gonçalves dos Santos e Lourival Rodrigues da Silva,
Artigo publicado na edição 294, março de 1999, página 5.