Quando não lutamos
estamos nas mãos dos nossos adversários
Quando o povo hebreu saiu do Egito, houve dois
acontecimentos muito parecidos: a passagem do Mar Vermelho (saída do Egito), e a
passagem do Rio Jordão, na fronteira da Terra Prometida.
O primeiro acontecimento foi para levantar o ânimo
dos fugitivos escravos, o que chamamos hoje de autoestima. Com esta experiência
eles se sentiram capazes de superar problemas invencíveis. Era a gasolina que
necessitavam para atravessar as inclemências do deserto e poder vencer o número
de obstáculos que ainda se apresentariam.
O segundo acontecimento, a passagem do Rio
Jordão, era para que os habitantes de Canaã constatassem que o povo hebreu era
acompanhado por um Deus poderoso, fiel à aliança e que cumpriria a promessa de
entregar-lhes a Terra Prometida. Os habitantes de Jericó perceberam que se
tratava de um Deus poderoso, que caminhava ao lado dos hebreus e era capaz de
intervir com uma força sobrenatural para cumprir as promessas.
Josué enviou alguns espiões que exploraram e
analisaram cuidadosamente tudo o que se referia aos moradores de Canaã. Os
"repórteres" trouxeram duas versões.
A versão pessimista: "São gigantes invencíveis. Suas
muralhas chegam ao céu. Somos simples gafanhotos a seus pés". Sim, se tratava de
um exército invencível, que tinha armas defensivas (as muralhas) e armas
ofensivas (gigantes bem armados).
A versão otimista: "A terra é bela, a mais bela de
todas as terras. Vale a pena todo esforço". Mas o mais importante foi que desde
antes de entrar em Canaã, Josué já havia imaginado as aspirações dos povos
nômades, sedentos de território. Josué realiza então um gesto simbólico e
profético: Antes da batalha, divide o território. "Vamos tomar esta terra hoje
mesmo. Ela é nossa". Está seguro que vai ganhar a batalha. Quem não tem a
certeza da vitória na mente, jamais a conseguirá no campo de batalha da
vida.
Assim, quando os hebreus chegaram à fronteira da
Terra Prometida, sua fama e façanhas já haviam penetrado as fronteiras de Canaã
e haviam conquistado a mente de seus inimigos, pois começaram a ter
medo.
Os habitantes de Jericó tinham tudo para derrotar
facilmente um exército que ainda estava à sombra da escravidão. Eles [os
hebreus] eram nômades, sem armas, sem experiência ou poder militar. No entanto,
os moradores de Jericó decidiram não lutar. Diz a Palavra que Jericó "estava
trancada dentro de seus muros e barreiras". Eles olhavam uns para os outros e o
medo crescia entre si. Já estavam derrotados, porque não queriam
lutar.
A tática de Josué: dar 7 voltas ao redor da cidade
para fazer crescer o temor de um ataque que não veio.... "De uma forma ou outra,
vocês cairão em nossas mãos", disse ele. O medo cresceu tanto que decidiram não
se defender. Já tinham renunciado atacar os hebreus. Agora, ruem e caem as
muralhas defensivas de suas vidas. Eles foram, então, presas fáceis para os
inimigos que eram bem menos fortes e capacitados.
Por que perdeu Jericó? O problema deles foi não
atacar e não se defender, pois se deram por vencidos antes da batalha.
Tiveram medo da fama que precedia os hebreus: Seu
Deus era um Deus poderoso. Os hebreus conquistaram Jericó não porque suas
paredes caíram por milagre, mas porque seus habitantes não queriam lutar, pois
se deram por derrotados antes mesmo de entrar na batalha.
Por que ganharam os hebreus?
Eles tomaram posse antes de entrar no território.
Eles estavam convencidos da vitória. Sua mente era uma mente vitoriosa. Eles
tinham um Deus poderoso ao lado deles, que os fez passar o Mar Vermelho para
dar-lhes autoconfiança.
Quando cruzamos os braços e não lutamos, estamos nas
mãos dos nossos adversários. Quando decidimos atravessar o "Jordão" não podemos
voltar atrás, então não há outra estrada a não ser a luta e a vitória até o fim.
Quando conhecemos os pontos fortes e fracos do inimigo ou a empreitada queremos
ganhar, estamos mais bem preparados para enfrentar a batalha.
Quando num ato real, tomamos posse do desafio que
está diante de nós, então somos capazes de superá-lo. Mas acima de tudo, na
vitória ou na derrota existe um fato definitivo: o Deus que nos libertou da
escravidão, conduzindo-nos através do deserto, nos prometeu uma
terra.
Quando fizemos a experiência da passagem do "Mar
Vermelho", a passagem da escravidão, perdemos o medo de outros problemas. Quando
escolhemos um largo caminho, já não podemos voltar atrás. Só fica aberta a
possibilidade da vitória.
Quando sabemos que tudo depende de uma promessa feita
por Deus, as nossas atitudes mudam, porque temos confiança e esperança. Sabemos
que alcançaremos a vitória porque Deus prometeu e Ele é fiel.
José H Prado
Flores
Pregador internacional, Fundador e Diretor Internacional
das
Escolas de Evangelização Santo André
Nenhum comentário:
Postar um comentário