quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Encontros de Jesus: Com os primeiros discípulos


Depois de ser batizado no rio Jordão e ter superado as tentações no deserto, Jesus foi para Cafarnaum e ali iniciou a pregação da boa notícia do Reino de Deus, e, como não queria realizar a sua missão sozinho, mas em comunidade, chamou discípulos. Os quatro Evangelhos nos contam que uma das primeiras atividades de Jesus foi o chamado dos discípulos.

A iniciativa do chamado foi do próprio Jesus, pois Ele foi ao encontro das pessoas: “Caminhando junto ao mar da Galileia, viu Simão e André, o irmão de Simão. Lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: ‘Vinde em meu seguimento e eu farei de vós pescadores de homens’. E imediatamente, deixando as redes, eles o seguiram” (Mc 1,16-18). Jesus estar “caminhando”, é sinal de movimento, de busca e procura. Jesus vai de encontro àqueles que Ele está procurando. O texto bíblico nos diz que foi Jesus quem “viu” os dois pescadores e também o seu trabalho, o que faziam e é este olhar de Jesus que nos encanta. Como Ele sabia ver bem todas as coisas!

Jesus chamou os dois, sabia os seus nomes e conhecia as suas identidades. O chamado Dele também teve um objetivo que era o seguimento. Jesus era o Mestre e era Ele quem ia à frente dos discípulos chamados que deveriam segui-lo. Eles, que estariam com Ele e enfrentaram um caminho, tiveram uma missão: a de serem pescadores de pessoas. Ao deixarem as redes no barco para lançarem-se noutro mar, o projeto do Reino foi à nova barca cheia, da não mais de peixes, mas de gente.

A resposta dos dois discípulos foi imediata e decisiva: deixaram tudo o que tinham e seguiram com a certeza de que estavam cansados de lançar as redes e não recolher nada no perigoso mar. Todo pescador sabe bem disso: há dias que o mar não está para peixe, mas neste dia – o dia do chamado, aquele em que eles encontraram com Jesus – foi o dia em que se encontram com eles mesmos. O texto bíblico confirma ainda que Jesus “um pouco adiante viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, eles também estavam no barco, consertando as redes. E logo os chamou. E eles, deixando o pai Zebedeu, no barco com os seus empregados, partiram em seu seguimento” (Mc 1,19-20).

Novamente a iniciativa do chamado e do encontro foi de Jesus. Ao ouvir o seu chamado, os dois irmãos deixaram o pai e os empregados, Pedro e André deixaram o trabalho; Tiago e João os familiares. Todos deixaram as tarefas que faziam para fazer algo diferente: colocaram-se a serviço do Reino que Jesus já havia anunciado (Mc 1,15).

Pedro, Tiago e João formaram o grupo dos três discípulos mais próximos de Jesus e que estiveram junto Dele nos momentos mais decisivos (cf. Mc 1,29; 5,37; 9,2; 13,3; 14,33). Eles seguiram uma proposta, um projeto, uma Pessoa. A partir deste momento, as suas vidas mudaram – e também começaram a mudar o mundo através do anúncio da mensagem do Reino de Deus. Quantos pescadores havia no mar da Galileia naquela época? E de quem nós lembramos os nomes? Lembramos daqueles que foram capazes de responder ao chamamento e seguir o Mestre.

Jesus continua a caminhar e convidar, muitos são os chamados e poucos os que o respondem. Hoje se continua a procurar, mas na maioria das vezes nos lugares e pessoas erradas, por isso há tanta desilusão e frustração. Os primeiros discípulos foram capazes de deixar a sua barca e seguir o chamado de Jesus e seus nomes ficaram na história. O mesmo Jesus continua visitando as nossas “barcas” e lançando o seu convite: Vem e segue-me!

Frei Ildo Perondi - ildo.perondi@pucpr.br 

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